Em meio à espera das famílias por um novo lar, avançam as obras em novos loteamentos. Ainda assim, o processo de construção por vezes impacta na rotina de moradores, situações essas que devem ser debatidas também durante reunião no Legislativo de Lajeado.
Entre os processos construtivos vigentes, mais de 220 moradias estão a cargo da Artem Engenharia e Construções Ltda. Desde os primeiros trâmites burocráticos, antes mesmo do início das obras, a empresa afirma buscar formas de apresentar os projetos aos moradores dos bairros impactados, em parceria com o poder público.
“Percebemos que, quando os moradores são bem informados e compreendem o que está sendo feito, há uma receptividade muito maior. Por isso, temos insistido na importância de compartilhar esses projetos com clareza, ouvindo e respondendo às dúvidas da população”, afirma Bruna Arnholdt, diretora da construtora.
A construção das moradias faz parte do esforço coletivo de reconstrução da cidade após as enchentes recentes. A proposta é entregar no bairro Jardim do Cedro, 34 novas casas, três delas já com a estrutura concretada. No bairro Conventos, 27 das 28 unidades previstas estão em fase avançada.
Obras geram reclamações
Apesar do propósito positivo do projeto, a obra tem gerado desconforto para moradores vizinhos, especialmente por conta do barulho e da movimentação intensa de máquinas nas primeiras horas do dia.
“Esses dias, era 5h45min da manhã quando começaram a bater forma. Uma falta de respeito para quem ainda dorme”, relatou um morador, que preferiu não se identificar.
Segundo a construtora, os horários são estratégicos para o andamento da tecnologia adotada — a concretagem moldada in loco — que permite erguer uma casa por dia, desde que as etapas sigam rigorosamente o cronograma. “A forma e desforma das casas acontece diariamente. A desforma precisa começar cedo, para que ao final do dia a nova concretagem seja feita e cure até o amanhecer. Esse ritmo garante rapidez na entrega”, explica Bruna.
Impacto temporário
A fase atual, que envolve a abertura dos loteamentos, retirada de vegetação e preparação dos radiers (bases das casas), é a mais ruidosa. A estimativa da empresa é que esse período mais crítico dure cerca de 40 dias. Após isso, o canteiro entra na fase de acabamentos, que exige menos maquinário pesado e representa menor impacto sonoro para os moradores do entorno.
“Se estivéssemos utilizando alvenaria tradicional, o tempo de obra seria muito maior. A tecnologia atual foi pensada justamente para minimizar o tempo de transtorno para a comunidade”, destaca a diretora.
Esclarecimentos
Como forma de ampliar o entendimento da população sobre os projetos e atualizar o status das obras em andamento, será realizada uma reunião pública na Câmara de Vereadores de Lajeado, no dia 13 de outubro, às 19h.
A sessão contará com a apresentação dos projetos conduzidos pela Artem e por outras empresas envolvidas nas ações de reconstrução da cidade. O objetivo é esclarecer dúvidas, ouvir sugestões e garantir que a população esteja integrada ao processo de transformação urbana em curso.
“Estamos disponíveis para responder perguntas, explicar as etapas da obra e garantir que esse projeto, que vai beneficiar tantas famílias, ocorra da forma mais acolhedora possível”, finaliza Bruna.