Uma nova proposta de força-tarefa, que visa acelerar a recuperação do Vale do Taquari pós-enchentes, começa a tomar forma. Inspirada por uma provocação do Ministério Público, a ideia de uma comissão técnica no Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa) está sendo debatida para centralizar e otimizar o acesso dos municípios aos recursos de reconstrução. A medida busca superar a burocracia, unificar as demandas regionais e agilizar a aplicação dos R$ 14 bilhões previstos pelo Fundo da Reconstrução (Funrigs) até 2027.

A elaboração foi tema de reunião na manhã de hoje com secretários estaduais como Marcelo Caumo (Desenvolvimento Urbano), Marjorie Kauffmann (Meio Ambiente) e Pedro Capeluppi (Reconstrução), além de prefeitos e equipes técnicas.

“É preciso tornar menos difícil o acesso aos recursos públicos. Hoje, cada um precisa fazer os encaminhamentos de maneira individual”, destaca o promotor Sérgio Diefenbach.
A proposta é que a região atue de forma integrada, como reforça o prefeito de Vespasiano Corrêa, Tiago Michelon. “Nosso desejo é gerir os projetos enquanto região. Isso inclui mapear demandas como estradas, habitação e áreas de risco, para encaminhá-las ao Estado de forma unificada e articulada com os recursos do Funrigs”, detalha.

Segundo Michelon, a principal dor na área de habitação é a regularização fundiária, falta de áreas e a morosidade na liberação de recursos. O Funrigs, parceria entre o governo estadual e federal, já tem R$ 8,2 bilhões em projetos cadastrados, mas a execução ainda é lenta, com 11% do orçamento de 2024 para estradas pelo Daer.

A presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini, vê a comissão como essencial para a governança regional. “Estamos desenhando um modelo de gestão coletiva dos projetos, que permita evitar ações isoladas. A ideia é um braço técnico dentro do Consisa para acompanhar as iniciativas em andamento e as futuras”, pontua.