Um debate sobre o futuro das enchentes no Vale do Taquari e a apresentação do trabalho realizado em Muçum durante a maior cheia registrada nos últimos anos marcaram a 15ª edição da Jornada Técnica Ambiental da ação Viva o Taquari-Antas Vivo.
O evento, realizado pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Unidade Parceiros Voluntários (UPV) Lajeado, ocorreu na noite dessa quinta-feira, 18, e reuniu cerca de 50 empresários e lideranças políticas e comunitárias para discutir estratégias de enfrentamento e prevenção diante dos eventos extremos que vêm se intensificando na região.
Com mediação do coordenador da ação Viva o Taquari-Antas Vivo, Gilberto Soares, a programação contou com exposição do mestre e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Walter Collischonn, que falou sobre o futuro das enchentes na bacia Taquari-Antas. Na sequência, o prefeito de Muçum, Mateus Trojan compartilhou a experiência do Município na gestão dos eventos extremos de 2023 e 2024 e as ações para que estão sendo realizadas para reconstruir a cidade.
Collischonn iniciou sua exposição trazendo uma análise aprofundada sobre o que causou a enchente de 2024. O especialista destacou que entre os dias 28 de abril e 2 de maio, o volume de chuva acumulada na região foi o maior já registrado no Brasil em áreas de 10 mil a 100 mil km². “Essa chuva descomunal foi o que causou o episódio que vivenciamos em maio. Foram muitos dias de chuva intensa nas encostas que escoam para o Taquari”, explicou.
Entre os episódios relatados por Trojan, destaque à enchente de setembro de 2023. Na época, as águas do rio Taquari atingiram 80% da área urbana de Muçum provocando destruição em mais de 200 residências e deixando 20 mortos. Naquele momento, a administração pública precisou lidar com cenários de guerra, onde faltavam recursos, máquinas e mão de obra. “Liderar e ser político é estar presente, sobretudo quando o lugar e as pessoas que você representa mais precisam”, afirmou.
Aprendizado
O presidente da Acil, Joni Zagonel, em sua fala, ressaltou que a programação da jornada é fundamental para refletir sobre os aprendizados deixados pelas cheias de 2023 e 2024. “A Acil tem buscado não apenas trazer a discussão ambiental para dentro das empresas, mas também converter esse conhecimento em ações educativas que podem ser implementadas nas organizações e também levadas às escolas através das oficinas do seminário ambiental”, frisou.