Idealizada com o propósito de mitigar danos de cheias e estiagens, um projeto elaborado pela Certel prevê a construção de uma barragem na região do Alto Forqueta, com potencial para beneficiar 12 cidades. A proposta foi apresentada nessa sexta-feira, 4, durante reunião da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat).
A barragem busca melhorar as condições de vazão do Rio Forqueta, por meio do acúmulo de água a ser represada e a liberação controlada da vazão efluente. Isso, conforme apresentado na assembleia, gera uma regularização em condições normais, de estiagem, e em caso de cheias, será possível regularizar à jusante do barramento.
Conforme o vice-presidente da Certel, Daniel Sechi, a barragem pode regularizar a vazão do Rio Forqueta em até 4 metros cúbicos por segundo. “Ela segura a água no início do rio, na região de Soledade, o que ajuda a manter o nível nos períodos de estiagem e também a segurar o volume em momentos de grandes enchentes”, explica.
Sechi reconhece que esta não é “uma solução definitiva”, mas se mostra uma ferramenta importante para reduzir o efeito de grandes inundações, como a registrada em maio de 2024, que causou destruição de áreas urbanas, estradas e pontes. O custo estimado da obra, conforme o dirigente, é de R$ 70 milhões.
Benefício coletivo
Segundo Sechi, o projeto não prevê a geração de energia no local, mas sim o uso exclusivo para regularização hídrica, o que beneficiaria diretamente os municípios localizados ao longo das margens do Forqueta.
A Certel desenvolveu o projeto em nível pré-executivo e agora busca apoio de lideranças regionais e estaduais para viabilizar os recursos necessários. “O projeto está pronto. Basta os interessados se unirem para executar. A Certel, sozinha, não tem como fazer. É uma barragem pública, de engenharia civil, sem barragem de geração de energia junto”, destaca.
O engenheiro Júlio Salecker, integrante da diretoria da Certel e também do Comitê da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas lembra que a barragem foi disponibilizada no Funrigs para ser executada como obra pública. “Ela não beneficia só a Certel. Vai trazer ganho para todos os municípios envolvidos, principalmente para minimizar o risco de enchentes na parte baixa do Vale”.