O leito do Rio Taquari ficou, em média, 17 centímetros mais elevado após a enchente de 2024. A conclusão é de uma nota técnica elaborada por pesquisadores da UFRGS, do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e da Univates, com base em levantamentos batimétricos e modelagens hidrodinâmicas.
O estudo abrange trecho entre a ponte da BR-386, entre Estrela e Lajeado, e a barragem de Bom Retiro do Sul. A análise identificou mudanças significativas na formação do rio, com variações de profundidade superiores a cinco metros em pontos específicos. Os dados, no entanto, não apontam o assoreamento como causa da enchente.
Simulações indicam que, em cheias futuras de magnitude semelhante, as alterações podem elevar a cota máxima do rio entre 10 e 14 centímetros. Embora considerado pequeno frente à escala das inundações, o aumento pode se agravar com eventos extremos recorrentes.
Os pesquisadores recomendam a continuidade dos levantamentos no Taquari e em outros rios do estado, especialmente em áreas urbanas. Destacam a importância de estudos sobre dragagem com base em modelagens detalhadas.
A íntegra da nota técnica está disponível AQUI.
O trabalho foi desenvolvido por Walter Collischonn, Fernando Mainardi Fan, Rodrigo Cauduro Dias de Paiva e Mateus Sampaio (IPH-UFRGS), Franco Buffon (SGB) e Sofia Royer Moraes (Univates).