Detalhar avanços e projetar melhorias na prevenção e no enfrentamento aos desastres climáticos. Este foi debate proposto durante 1º Seminário Estadual de Defesa Civil e Resiliência Climática nos Municípios, promovido pela Famurs. O evento ocorreu nos dias 27 e 28 de agosto, no Tribunal de Contas do Estado, em Porto Alegre. Representantes de órgãos estaduais e municipais, além de especialistas na área participaram do encontro.
A programação contemplou palestras sobre prevenção, comunicação em situações de crise e acesso a recursos. Entre os palestrantes, a prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher, apresentou ações do município no enfrentamento às cheias. Com o painel “Experiências municipais em prevenção e mitigação de desastres e a integração entre Defesas Civil e a Assistência Social”,ela destacou avanços e propostas sobre resposta aos desastres.
Estruturação de abrigos, ampliação de equipes e oferta de treinamentos estão entre os principais progressos. Segundo Gláucia, a preparação envolve não apenas a Defesa Civil, mas também servidores de diferentes setores, além da comunidade. Ela ressalta a importância de núcleos que escutem as demandas da população atingida e ajudem a formatar protocolos de ação.
“Durante a enchente de maio de 2024 já percebemos uma evolução em relação ao enfrentamento de setembro de 2023. Seguimos qualificando as equipes para atuação e buscamos maneiras de informar a comunidade, para que saibam como agir. Não sabemos quando novos eventos virão, mas é necessário estar preparado e compartilhar conhecimento”, afirma a gestora.
Na avaliação da prefeita, o desafio segue em montar uma cidade resiliente. Ela ressalta a necessidade de uma atuação e comunicação eficaz em um cenário onde não se tenha urgência em salvar pessoas. “O objetivo é fazer com que as famílias saiam das casas antes da inundação acontecer”, explica.
Os protocolos de ação e a integração entre Defesa Civil e Assistência Social também representam avanços no enfrentamento aos desastres. Em relação a isso, ela esclarece o trabalho de organização nos abrigos e atendimentos após os desastres. Projetos de reconstrução e iniciativas de adaptação do planejamento urbano também foram apesentadas.
Avanço na região
O coordenador regional da Defesa Civil, Hélio Schauren Júnior, ressaltou que o encontro evidencia uma mudança de cultura. Desde fevereiro, a regional reorganizou a estrutura com ampliação ampliou a presença de militares, criou rotinas de atendimento permanente e diagnosticou as condições de 59 municípios.
Também foram mapeados 218 pontos de risco em 30 cidades, instalados pluviômetros e avançado o planejamento para a criação de uma rede de radioamadores voluntários. Outras iniciativas incluem cursos de capacitação em parceria com o Ministério Público e a ONU, aproximação com consórcios regionais e fortalecimento do sistema de comando de incidentes.
Estruturas municipais
O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, frisa que o primeiro enfrentamento aos desastres ocorre no âmbito municipal. Segundo ele, estudo feito pelo Ministério Público antes de 2023 mostrou a precariedade de muitas estruturas locais, situação que começou a ser revertida com investimentos em capacitação e equipamentos.
Ações de enfrentamento em Lajeado:
Monitoramento climático e tecnológico:
- Dados em tempo real da SGB e réguas físicas
- Sistema de Alerta por Sirenes: primeira unidade instalada em 2025
- Instalação de um radar de alta precisão na Ponte de Ferro e sensores hidrológicos em pontos estratégicos
- Instalação de dois sensores de monitoramento hidrológico em pontos estratégicos do município
Capacitação e equipamentos:
- Agentes de Segurança, Defesa Civil e Meio Ambiente se capacitam em Curso Especial da Marinha do Brasil e curso realizado pela Famurs
- Grupo Humus: treinamentos e turmas para formação de Agente Capaz, e Brigada básica, defesa Alerta com edições em 2024 e 2025
- Aquisição: barco, botes, e recebimento de duas embarcações como doação da Marinha do Brasil;
- Planejamento: Criação de plano de rotas de fuga, atualização do Plano de Contingência e cadastro de voluntários
- NUPDECs: Criação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil nos bairros mais vulneráveis
- Sinalização e orientação: melhor circulação dos veículos de emergência e caminhões de retirada das famílias